Traduzir para outro idioma

segunda-feira, 3 de junho de 2013

A Matemática do Sucesso

Quando vemos uma pessoa talentosa e bem-sucedida em uma determinada área, muitas vezes ficamos propensos a pensar algo como: “Puxa, que sujeito de sorte!”, ou então: “Esse nasceu com um dom especial.” Mas será o sucesso é mesmo resultado  da sorte ou de algum dom natural? Eu tenho uma opinião divergente em relação a isso. Certo dia uma aluno me questionou se eu acreditava se ela algum dia iria tocar, pois ela achava que não possuía o "dom" para a música. Expliquei para ela que não gosto de usar este termo, pois acho muito excludente e acredito que a música não deve excluir as pessoas, discriminando-as entre as que têm dom para as que não têm. Eu sinceramente acredito que não sou músico por "dom" ou sorte, mas sim por determinação.
Em julho de 2010 a revista Super Interessante publicou uma série de artigos de capa falando sobre a ciência do sucesso. Hoje, pesquisando sobre esse assunto, encontrei esse artigo muito interessante e quero compartilhar com vocês os pontos principais.
De acordo com a reportagem da Super Interessante, novas pesquisas científicas têm demonstrado que o sucesso está muito mais relacionado com treino e fracasso do que com a sorte. Praticamente todos nós nascemos com as mesmas chances de ter sucesso na vida, porém, nem todos conseguem.
Mozart em Verona por Dalla Rosa 1770
Quando pensamos em algumas pessoas que parecem ter habilidades sobrenaturais, como Mozart, por exemplo, parece difícil acreditar que estes tipos de pessoas simplesmente não nasceram com um dom especial. Entretanto, uma análise mais profunda de suas vidas revela o contrário. Por exemplo, Mozart foi uma criança prodígio: começou a tocar piano aos 3 anos de idade. Aos 5 já compunha, aos 6 se apresentava de olhos vendados ao rei da Bavária e aos 12 anos terminou sua primeira ópera. Por tudo isso, ele vem sendo citado há séculos como prova absoluta de que talento é algo que alguns poucos escolhidos recebem desde o nascimento. Mas a verdade não é bem essa. Mozart não foi simplesmente agraciado com um dom especial. Seu pai era professor de música, e se dedicou a educar o filho desde cedo. Mozart passou praticamente toda infância na frente de um piano. Mesmo assim, suas primeiras composições não eram exatamente obras-primas — longe disso, estão cheias de repetições e de melodias que já existiam. Na verdade, os críticos de música consideram que a primeira obra realmente genial de Mozart foi um concerto que ele escreveu em 1777, quando já tinha 21 anos. Conclusão: embora tenha começado muito cedo, Mozart só demonstrou ser um gênio após 15 anos de treino!

A mesma coisa pode ser observada com talentos das mais variadas áreas. O maior jogador de futebol de todos os tempos, o “rei” Pelé, disse em um documentário que “depois do treino (quando todos os outros jogadores iam embora), ele ficava praticando cabeçadas e chutes a gol”. Outro craque de futebol, Ronaldo Fenômeno simplesmente tinha que ser arrancado à força dos campos de futebol quando era criança porque não queria fazer outra coisa senão jogar bola. Michael Jordan era sempre o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos de basquete. E Bill Gates passou a maior parte da sua adolescência programando computadores enfurnado em uma sala da Universidade da Califórnia. Portanto, fica claro que essas pessoas bem-sucedidas que parecem esbanjar talento, na verdade se esforçaram muito antes de atingir o sucesso.
Isso está em completa harmonia com a nova maneira como os cientistas estão enxergando a influência da genética na formação de talentos. Aquilo que muitas vezes chamamos de “aptidão natural para liderança” ou “talento nato para os esportes” aparentemente não tem nada a ver com o nosso DNA. O professor de psicologia da Universidade da Flórida, Anders Ericson, que estuda há 20 anos por que algumas pessoas são mais bem-sucedidas do que outras disse que “não existe nenhuma evidência de que exista uma causa genética para o talento ou o sucesso de alguém.”
Em 1992 pesquisadores ingleses e alemães decidiram investigar o que diferenciava pessoas talentosas dos demais cidadãos comuns. Para isso estudaram pianistas profissionais e os compararam com pessoas que haviam tentado tocar piano mas desistido. Curiosamente, os cientistas não conseguiram achar ninguém com habilidades excepcionais entre as 257 pessoas estudadas: todas eram dotadas da mesma maneira. A única diferença encontrada foi a seguinte: os fracassados passaram muito menos tempo estudando e treinando do que os bem-sucedidos. Conclusão: o que faltou não foi talento, foi dedicação.
Tudo bem, talvez você já soubesse disso: “a prática leva a perfeição”. Mas aqui está a novidade: os cientistas descobriram a MATEMÁTICA DO SUCESSO. Ou seja, pela primeira vez eles conseguiram medir o tempo de estudo necessário para alguém se destacar em uma área: 10 mil horas. Depois de observar os grandes talentos das mais diversas áreas, o especialista em sucesso Anders Ericson chegou a esse número. Ele concluiu que todo mundo que foi alguém, desde o campeão de xadrez Kasparov ao Steve Jobs, ficou pelo menos 10 mil horas aperfeiçoando seu ofício. E ele não está falando em exercícios leves. O que faz alguém ficar realmente bom em algo é um treino duro, dolorido, praticamente no limite do que pode ser feito. Por exemplo, estima-se que Amadeus Mozart aos 6 anos já tinha estudado cerca de 3.500 horas de piano, ou seja, ele não era talentoso, era extremamente dedicado.

AGORA VEM A MATEMÁTICA: Se você quer ter muito sucesso em uma determinada área, passe 10 mil horas treinando! Foi isso que os maiores talentos de todas as áreas fizeram! Não depende de algum “dom natural”, depende da sua dedicação! Veja na tabela abaixo o que isso significa em anos.
Resumindo, se vc realmente quer ser um músico bem sucedido não faça corpo mole, estude bastante, se dedique ao máximo (é claro, tudo dentro dos seus limites, vc não pode exigir demais de si mesmo, pois isso não vai ser saudável para seu desenvolvimento musical) e acima de tudo ame o que vc faz, não faça simplesmente por obrigação. Eu tenho um lema que carrego comigo: "se o que vc faz não lhe satisfaz, não faz sentindo continuar fazendo. Mas se vc realmente quer e acha que vale a pena, acredite, insista e realize". Um abraço a todos!

Fonte: Blog do Dani Edson

sábado, 25 de maio de 2013

A Origem das Notas Musicais - Parte 3



Modos Gregos – A Origem 

A música antiga (mais precisamente, aquela que vai até o século XII) empregou um sistema especial de escalas às quais se dá o nome de modos. Dando continuidade ao assunto que vem sendo abordado desde o início deste blog (a origem das notas musicais) vamos falar hoje sobre os precursores de todas as escalas que conhecemos hoje no nosso sistema ocidental (temperado): Os Modos Gregos. Dentre os povos antigos, os gregos foram os que mais se destacaram pelo amor e cultivo das artes. Foram os gregos que criaram a própria palavra “MÚSICA” que quer dizer “ARTE DAS MUSAS”. Sua escala era baseada em TETRACORDES (sequência de quatro notas seguidas) que recebiam o nome de modos. Estes adquiriram nomes diferentes conforme as regiões da Grécia em que predominavam, consoantes às tradições culturais e estéticas de cada uma delas.

Assim, cada uma das regiões da antiga Grécia deu origem a um modo (organização dos sons naturais) muito próprio, e que adaptou a denominação de cada região respectiva. Desta forma, aparece-nos:

O MODO DÓRICO (Dória) – Platão considerava o modo dórico solene e grandioso, por despertar a virtude e a coragem;

O MODO FRÍGIO (da região da Frígia) – Este modo materialista e sensual, favorecia a impetuosidade e a orgia;

O MODO LÍDIO (da Lídia) - Afável, doce e sensual, o modo lídio era usado nos cantos juvenis, pois favorecia a educação, despertando o gosto pelo belo e pelo puro. Também aparece outro — que é uma mistura dos modos lídio e dórico — denominado MODO MIXOLÍDIO.

 O sistema tonal grego teve por base o “tetrachordon”, interpretado na lira de 4 cordas. Os modos eram originalmente formados por apenas quatro notas. O modo Dórico era considerado o modo principal por ser adotado em toda a Grécia. Servia de base para todos os hinos e canções patrióticas.

Bem mais tarde, na Idade Média, esses conceitos influenciaram a música cristã. Os modos foram usados especialmente na música litúrgica da Idade Média, sendo que poderíamos também classificá-los como modos "litúrgicos" ou "eclesiásticos". Existem historiadores que preferem ainda nomeá-los como "modos gregorianos", por terem sido organizados, também, pelo papa Gregório I, quando este se preocupou em organizar a música na liturgia de sua época.  Pesquisas revelaram que os modos gregos começavam em notas diferentes das dos homônimos eclesiásticos. Além disso, os gregos consideravam a escala no sentido descendente.


Os modos litúrgicos conservam o nome dos modos gregos, mas a sua formação é diferente: começam com outra nota e sua disposição é ascendente.

Os modos litúrgicos podem ser comparados às escalas diatônicas modernas, encontrando-se em cada um deles uma nota diferencial. O intervalo entre a tônica e a nota diferencial é o intervalo característico.


O modo dórico é um modo menor (há um intervalo de terça menor entre os graus I e III). O intervalo característico é 6ª M.


O modo frígio é um modo menor (há um intervalo de terça menor entre os graus I e III). O intervalo característico é 2ª m.


O modo lídio é um modo maior (há um intervalo de terça maior entre os graus I e III). O intervalo característico é 4ª Aum.

O modo mixolídio é um modo maior (há um intervalo de terça maior entre os graus II e III). O intervalo característico é 7ª m.

Os intervalos característicos são também chamados de sexta dórica (6ª M), segunda frígia (2ª m), quarta lídia (4ª Aum) e sétima mixolídia (7ª m).

No século XVI surgiram os modos eólio e jônio.


O modo eólio é um modo menor (há um intervalo de terça menor entre os graus I e III). O modo eólio, como veremos mais a diante, tornou-se modelo para a formação das escalas menores na forma primitiva.


O modo jônio é um modo maior (há um intervalo de terça maior entre os graus I e III). O modo jônio, como veremos mais a diante, tornou-se modelo para a formação das escalas diatônicas maiores.

Com o passar dos anos houve um processo de desenvolvimentos e de sucessiva decadência da lógica modal, que levou ao surgimento do sistema tonal. O temperamento da escala e a estipulação de uma afinação padrão, fizeram com que os modos perdessem gradativamente sua importância visto que a escala cromática englobava a todos.No fim da Idade Média, por volta da metade do século XVI, a música erudita foi dando preferência aos modos jônio e eólio que passaram então a chamar-se, respectivamente de “modo maior” e “modo menor”.

Observação: Se durante a leitura deste post você se viu confuso em meio a certas nomenclaturas e sinais de escrita musical, não se preocupe, mais adiante falaremos da formação das escalas maiores e menores (inclusive as menores melódicas e harmônicas), escrita musical (partitura, tablatura e cifras) e muitos outros assuntos interessantíssimos para os amantes apaixonados por música e iniciantes neste mundo místico, filosófico, poético, artístico, científico, alucinante, surpreendente e desafiador, que é a música.

Até a próxima!!!

terça-feira, 7 de maio de 2013

Agenda Cultural


Concerto da Camerata Essência
Dia 31 de Maio
Museu Sacaca as 19:00 Horas
 

Olá galera de Macapá - Amapá - Brazil !!! Gostaria de convidar a todos apaixonados por música clássica para um grande evento que ocorrerá dia 31 de Maio no Museu Sacaca às 19:00 horas. Concerto da Camerata Essência sob a regência do maestro Elias Sampaio e participação dos polos do Sistema de Bandas e Orquestras do Estado do Amapá. Contamos com a participação de todos, convide seus amigos e familiares para que todos possam conhecer este trabalho de inclusão social realizado em nosso estado.

sexta-feira, 22 de março de 2013

A Origem das Notas Musicais - Parte 2


Série Harmônica

No texto anterior falamos a respeito dos experimentos que Pitágoras realizou com uma corda, sobre as diversas frequências que foram percebidas por ele, e pelos cálculos matemáticos por ele realizados e as conclusões que ele obteve desta experiência. Agora abordaremos outro assunto, que dá continuidade e melhores esclarecimentos a respeito do assunto anterior e que também é fruto dos estudos de Pitágoras: Série Harmônica.

Acredito que poucos têm conhecimento deste assunto, seja por ser considerado por alguns, algo puramente teórico (ou seja, sem aplicação prática) ou por ser considerado por outros como algo complexo demais, possível de ser interpretado somente por matemáticos e físicos. Mas na verdade ao estudarmos série harmônica, passamos a entender melhor como funciona a lógica da harmônica e da melodia, sendo que, para muitos, harmonia (acordes, intervalos, dissonâncias, contraponto, improvisação, etc.) é algo complexo, místico, difícil de entender e de explicar, fazendo com que muitos músicos a entendam e a desvendem por meio de experimentações, o que também faz parte (improvisação envolve experimentos musicais), mas quando você possui o conhecimento teórico o caminho se torna bem mais curto.

Lá pelo século VI antes de Cristo, Pitágoras afirma, através de seus experimentos e pesquisas, que para um som qualquer ser considerado como som musical ele deve possuir algumas características físicas, como por exemplo, oscilações bem definidas (independente de o som ser emitido por um instrumento ou por uma fonte natural) resultando em uma fonte ondulatória regular. Entende-se, no caso por oscilações bem definidas o fato de que um som musical, na grande maioria das vezes, ocorre de forma sustentada (pouco ou muito), de maneira que sua característica de oscilação se mantém por alguns ou por muitos ciclos, diferente dos ruídos (sons não musicais).
 
Esta vibração é composta por um som gerador (1ª nota, ou podemos chamá-la também de fundamental) e outros sons definidos de intensidade menor e maior frequência (mais agudos) ao qual chamamos de SONS HARMÔNICOS ou SÉRIE HARMÔNICA.
A Série Harmônica apresenta uma relação intervalar característica e imutável de origem natural ou física. Vamos pegar como exemplo uma corda de um instrumento qualquer (violão, piano, violino, violoncelo) e supondo que esta ao vibrar soe a nota Dó, notaremos que ao vibrar em toda a sua extensão, também vibra em sua metade, em sua terça parte, em sua quarta parte, quinta parte, etc., produzindo sons cada vez mais agudos.

Ao movimento de ida e volta da corda chamamos de ciclo. E à quantidade de ciclos que a corda realiza em um segundo chamamos de frequência que é medida em Hertz. Ao tocarmos a corda mencionada anteriormente (Nota Dó) temos o primeiro ciclo. No segundo ciclo a corda se divide ao meio reproduzindo a mesma nota anterior, porém com o dobro da frequência, ou seja, uma oitava acima. No terceiro ciclo a corda se divide em três partes soando uma nota equivalente ao quinto grau do som gerador uma oitava acima, neste caso, a nota sol, correspondendo ao intervalo de 12ª da nota fundamental. No quarto ciclo ela se divide em quatro partes, onde cada quarta parte soará a nota fundamental duas oitavas acima. No quinto ciclo ela se divide em cinco partes, sendo cada quinta parte correspondente ao intervalo de 17ª, ou seja, o mi duas oitavas acima da fundamental. E essa subdivisão prossegue de forma infinita.
A Série Harmônica é fisicamente infinita, e suas primeiras 16 notas surgem, ao subdividir uma corda vibrante (experiência de Pitágoras) em 2 – 3 – 4 – 5 – 6 – 7, etc. parte iguais.
No gráfico abaixo é possível ver as 16 primeiras notas da série harmônica com a fundamental (som gerador) em .
Podemos observar que assim como a fração correspondente à metade do comprimento da corda corresponde à oitava da fundamental, a quarta parte dela corresponde a duas oitavas acima da fundamental, a oitava parte corresponde a três oitavas acima e assim sucessivamente. Da mesma forma, o som correspondente à sexta parte do som gerador soa uma oitava acima da terça parte, que neste caso é sol. O som correspondente à décima parte soa uma oitava acima do som correspondente à quinta parte.

Em alguns instrumentos é possível produzir harmônicos superiores sem a nota fundamental estar presente. Em um instrumento de cordas, se beliscarmos uma das cordas com um dedo da mão direita enquanto tocamos levemente, sem pressionar, esta corda com um dedo da mão esquerda em determinadas regiões do braço do instrumento podemos ouvir distintamente o harmônico correspondente, porque na verdade os outros harmônicos são eliminados (ou sua intensidade é reduzida). Aproximadamente na mesma época em que Pitágoras realizava experimentos com o monocórdio (instrumento que possuía uma corda somente) os chineses também realizavam pesquisas com harmônicos através de flautas.

Este assunto pode até parecer um pouco chato (ou não) para alguns, ou teórico demais, mas acreditem, entendendo melhor a Série Harmônica é possível entender melhor a formação das escalas e consequêntemente a aplicação delas na improvisação e na harmonia (assuntos que serão abordados nos próximos tópicos). Um abraço a todos e até a próxima!!! ;)

terça-feira, 12 de março de 2013

A Origem das Notas Musicais – Parte 1


A História da Escala de Dó Maior



Se você é músico (estudante ou profissional) provavelmente já estudou ou ouvir falar sobre Escala de Dó Maior. Se você já toca, é bem provável que esteja pensado: “pow! fala sério! Escala de Dó é a coisa mais fácil do mundo”. Realmente a Escala que hoje conhecemos como Dó Maior é bem simples, pois é formada somente por notas naturais (as notas que já conhecemos:  DÓ – RÉ – MI – FÁ – SOL – LÁ – SI e o DÓ novamente uma oitava acima). Porém, pra que pudéssemos ter essa escala bonitinha e tão simples assim como a conhecemos, houve todo um processo de estudos, cálculos matemáticos, testes e muita discussão e adaptações para que enfim pudéssemos ter convencionadas todas estas notas, dispostas com seus respectivos tons e semitons.



Há milhares de anos atrás existia um cara louco por números chamado Pitágoras, ele acreditava que o universo todo era regido pelos números (e em parte ele não estava errado). Então um belo dia, fazendo experimentos com um monocórcio (instrumento de uma corda só) ele observou que ao tocar a corda do instrumento e fazê-la vibrar ela produzia um som determinado e que se a corda fosse dividida ao meio, esticada e novamente posta em vibração, o som emitido por ela soava mais agudo e guardava uma relação muito interessante com o primeiro (exatamente uma oitava acima).





Vamos fazer uma relação com uma corda de um instrumento, como por exemplo, de um violão, supondo que a corda solta soasse a nota Dó. À medida que o instrumentista vai apertando a corda em regiões diversas do braço do instrumento ocorre uma variação no comprimento da corda e, consequentemente, também varia a freqüência (altura) do som emitido. Pitágoras observou que ao dividir a corda na seguinte proporção: 1/2, 1/3, 1/4, 1/5 foram obtidas as seguintes notas: DÓ, SOL, FÁ e MI.


 
Como a frequência do som produzido por uma corda vibrante é inversamente proporcional ao comprimento da corda, se atribuirmos o valor 1 à frequência fundamental da corda, as frequências das outras notas que acabamos de obter resultam: mi = 5/4, fá=4/3, sol=3/2. Assim, as notas musicais são geradas a partir de relações de números simples com a frequência fundamental. Ao multiplicarmos a frequência de uma nota por 2, obtemos uma outra nota que recebe o mesmo nome da anterior. Se multiplicamos a frequência por 3/2, obtemos uma nota que guarda com a anterior uma relação harmônica tão interessante que ela recebe um nome especial: a dominante (5º grau da escala).



É claro que uma escala musical com quatro notas só, como a que obtivemos acima, é muito pobre, mas a verdade é que todas as notas musicais podem ser geradas a partir da dominante. Por exemplo, se quisermos saber qual é a dominante do mi, só precisamos multiplicar a frequência do mi por 3/2: 5/4 x 3/2 = 15/8; obtivemos outra nota, que chamaremos de si.


Se multiplicarmos a frequência do fá por 3/2 obteremos a própria nota dó, provando assim que a dominante do fá é dó: 4/3 x 3/2 = 12/6 = 2.




Já sabemos que sol é a dominante de dó; para saber qual é a dominante do próprio sol, fazemos 3/2 x 3/2 = 9/4. Obtemos então uma nota mais aguda que o segundo ré; dividindo sua frequência por 2 (para que ela fique na primeira gama que estamos tentando preencher), 9/4 x 1/2 = 9/8 obtemos assim uma outra nota, que vamos chamar de ré.




Assim, seguindo o método acima, procurado achar a dominante de cada nota obtida (multiplicando sua frequência por 3/2), acabamos por obter a escala diatônica completa:







mi


sol


si

1

9/8

5/4

4/3

3/2

5/3

15/8

2

V

V

V

V

V

V

V


9/8

10/9

16/15

9/8

10/9

9/8

16/15







Percebemos que a dominante é o quinto grau da escala. Uma quinta acima do dó está o sol; uma quinta acima do sol está o ré; uma quinta acima do ré está o lá; assim, seguindo o ciclo das quintas, obtemos todas as notas da escala cromática e retornamos ao dó.

Para sabermos em que ponto da corda dó o instrumentista deve pôr o dedo para obter as notas sucessivas da escala diatônica, basta olharmos a figura abaixo:



Na verdade existem infinitas possibilidades de frequência entre estas notas que conhecemos, porém, algumas delas nem são percebíveis pelo ouvido humano. As possibilidades de frequências que Pitágoras encontrou gerou sons que não estão na escala de Dó Maior mas estão entre as notas da escala e não estou falando só dos sustenidos, pois, fisicamente, existem intervalos menores que um semitom que também são perceptíveis pelo ouvido humano. Antes da Escala Cromática (escala formada toda por semitons) ser convencionada do jeito que conhecemos hoje com 12 notas, existiam outros intervalos entre um som e outro: o semitom maior e o semitom menor (ou seja, um intervalo um pouco menor de um semitom e outro maior). Porém, ao ter que transpor uma música para uma tonalidade diferente estes intervalos menores geravam muitas sonoridades desagradáveis, por isso decidiu-se juntar os semitons menores e os maiores em um único semitom, mas este é um assunto um pouco mais extenso que estarei abordando em um momento mais adiante.

Este pequeno tema que foi abordado sobre a origem e as convenções das notas musicais é uma simples gota no oceano em meio a muitas outras coisas que podemos abordar sobre a música, mas mesmo assim esse assunto ainda vai dar muito que falar! 



Um Abraço a todos e até a próxima postagem!!!



domingo, 10 de março de 2013

Introdução


Olá caros internautas!

Não sei por qual motivo você se deparou com esta página entre tantas outras relacioandas à música. Mas quero lhe parabenizar pois você neste momento esta sendo um dos pioneiros neste blog que é destinado a um tema tão vasto que é a música.

Neste texto inicial vou simplesmente falar um pouco do que vem a ser o "Um Pouco de Tudo Sobre Música" e também falar um pouco de mim que sou o idealizador deste trabalho. O título já é bastante sugestivo mais quero redigir (ou teclar, como queiram) este texto introdutório pra q vcs possam ter certeza se é realmente o que estão procurando.

Posso dizer que a música preenche a maior parte da minha vida, desde o momento que levanto da minha cama até o momento que vou dormir. Já fiz vários tipos de coisas que não estão exatamente relacionadas à música (me formei em técnico em informática, atualmente estou me formando em pedagogia, já trabalhei em diversas áreas que não utilizam necessariamente a música), porém, no final de tudo, cá estou eu trabalhando com música. Muitos me perguntam: o que você faz pra viver? e eu logo respondo: sou músico. Logo em seguida a pessoa me vem com uma outra pergunta do tipo: e dá pra viver disso? e isso é profissão? ou então a pessoa diz: hum! então você não trabalha?! é só estudante! E eu gentilmente respondo: sim, sou estudante e trabalho com música.

Por mas que algumas pessoas duvidem, eu pago a minha faculdade, um consórcio, tenho cartão de crédito, tenho dinheiro pra sair com minha namorada e meus amigos graças a música. Agora se a pessoa perguntar se dá pra ficar rico, bom, aí já é outra história. Tem gente que faz fortuna começando com uma lojinha de roupa e depois torna-se um grande empresário, assim também, como tem gente que começa um bom negócio que logo falhe em menos de um ano por, geralmente por falta de gestão.

Não posso dizer que tenho um profundo conhecimento em música (mesmo porque eu conheço os caras que são mestres de verdade e sei que ainda tenho muito que aprender pra chegar até eles), mas eu estudo música desde os meus 10 ou 11 anos de idade e acredito que o conhecimento que tenho adquirido durante estes anos da minha vida irão ser válidos pra muitos. Estudei saxofone, violão, teclado e piano e também me aventurei um pouco na bateria, contrabaixo e guitarra (instrumentos que conheço mas não domino). Hoje leciono música para alunos de teclado, piano e teoria musical, e nunca paro de estudar música.

Com o conhecimento que adquiri no curso de técnico em informática comecei a me aventurar também dentro da área de informática aplicada à música (assunto que será interessante não somente para tecladistas, mas também para guitarristas, baixistas, bateristas, vocalistas, maestros, professores, compositores, arranjadores e produtores musicais).

Também tenho um acervo enorme de materiais didáticos de diversas áreas relacionadas à música que disponibilizarei gentilmente para aqueles que se interessarem. Livros, apostilas, videoaulas, artigos, links de sites interessantes, programas, manuais de programas e de equipamentos. Enfim em cada post tentarei trazer algo que venha auxiliar vocês leitores, de modo que possamos compartilhar e assim aprender cada vez mais sobre o universo fascinante da música. Obrigado a todos e até o próximo post.